Por ser uma das principais portas de entrada na Europa para nós brasileiros, há uma grande chance de Madrid cair de paraquedas no nosso roteiro.
Mas basta começar a planejar o que fazer em Madrid, e você já começa a ser surpreendido pela cidade antes mesmo de colocar os pés nela, ao descobrir que se organizar direitinho o roteiro, você conhece quase tudo de graça.
Por ser compacta e ter boa parte de sua história contada ao ar livre, qualquer caminhada sem destino pelo centro da cidade vira um walking tour de respeito. Mas como uma ajudinha nunca é demais, reproduzi aqui as duas caminhadas que fiz pelo Centro Histórico (Duração: Aprox. 2 h) e pelos arredores do Palácio Real (Duração: tarde inteira), com mapa.
Entre os mais visitados do mundo, não há um dia da semana em que pelo menos um dos museus que formam o “Triângulo de Ouro da Arte” não disponibilize um período do dia para visitação gratuita.
Com um complexo invejável de áreas verdes, quase sempre você terá por perto um algum parque ou jardim para se desligar um pouco do frenesí que toma conta das ruas de Madrid.
Fique atento aos horários de cada atração para fechar o seu roteiro fazendo a combinação perfeita com as atrações pagas que você irá fazer.
Caminhada pelo Casco Viejo, o Centro Histórico de Madri
As ruas estreitas e a arquitetura medieval do Centro Histórico de Madrid revelam verdadeiras relíquias que remontam desde os tempos em que a Espanha era dominada por povos de origem árabe, até os séculos em que foi o epicentro de um império de dimensões globais, quando foi governada pela dinastia austríaca Habsburgo, razão pela qual a região é conhecida até hoje como “Madrid de Los Austrias”, e posteriormente substituída pela dinastia Bourbon, que detém a monarquia até os dias de hoje.
A caminhada pelo casco viejo começa do mesmo jeito que todas as rotas da Espanha. Ou seja, na Puerta del Sol (Metrô: Sol), a praça que é o ponto de encontro mais famoso da capital espanhola, rodeada de lojas e prédios históricos, e funcionam como um dos principais hub’s de transporte da cidade.
Cruzando a praça em direção à entrada da Real Casa de Correos, prédio mais antigo da Puerta del Sol e atual sede da Prefeitura de Madrid, basta olhar pro chão e você encontrará o Marco Zero (Kilómetro Cero), o ponto exato de onde distâncias das estradas radiais espanholas são calculadas.
Antes de deixar a praça, não deixe de tirar a uma foto ao lado da estátua “El Oso y el Madroño“, que são o urso e o a árvore (Medronheiro) que de tão símbolos da cidade, fazem parte do brasão oficial da “Municipalidad de Madrid” (Prefeitura de Madrid).
Descendo pela Calle Mayor, a próxima parada é nada menos que o ponto conhecido como o coração de Madrid: a Plaza Mayor.
A Arquitetura monumental que pode ser apreciada nos dias de hoje é resultado do remodelamento ocorrido após o incêndio de 1790, sob o comando do arquiteto Juan de Villanueva, que colocou a imensa praça na rota das praças mais bonitas de toda a Europa, e que pra mim divide o primeiro lugar com a Grand-Place de Bruxelas.
Desde o final do Séc. XV, quando na praça funcionava o Mercado de la Villa, a praça foi a sede principal de acontecimentos populares em Madrid. Desde coroações e casamentos envolvendo a realeza, até as violentas touradas e execuções públicas. Nos dias de hoje, é na Plaza Mayor que ocorre a feira de natal em Madri quando chegam os últimos meses do ano.
Das dez entradas da praça, a que chama mais atenção é o Arco de Cuchileros, pelo formato peculiar, com aspecto baixo e humilde por dentro, enquanto de mostra alto e monumental visto de fora.
Deixando a Plaza Mayor por ele e virando à esquerda, não deixe de pelo menos tirar uma foto em frente ao Restaurante El Sobriño de Botín, em funcionamento desde 1725, reconhecido pelo Guinness Book como o mais antigo do mundo em atividade contínua.
Retornando pela mesma rua em direção à Calle Mayor, você encontra outro grande ícone gastronômico de Madrid: o Mercado San Miguel, um pouco mais novo que o ilustre vizinho, em funcionamento desde 1916.
O espaço é pequeno no tamanho, mas impressiona tanto pela arquitetura original, com estrutura toda em ferro e vidro, e pela variedade de produtos e sabores, e além do colorido impecável das bancas de frutas e verduras, as grandes estrelas são as combinações de tapas com vinhos e/ou cervejas locais.
“Mas o guia não era sobre atrações gratuitas em Madrid? Como é que tu me manda pra um mercado, Elton?” você pode estar perguntando nesse exato momento.
Eu realmente recomendo que você compre uma boa dose de vinho no primeiro bar que encontrar no mercado e saia pelos corredores bebendo (com moderação, jovem!) e apreciando o que há de melhor na culinária espanhola, já que apesar de o Mercado San Miguel ser extremamente turístico, os preços não são lá muito maiores do que em qualquer outro lugar do centro de Madrid.
As tapas por exemplo, saem por €1 e uma porção de azeitonas variadas, apenas €2.
E vamos combinar que no meio de um passeio a pé, um pit-stop pra comer e recarregar as energias sempre é bem vindo, mas se você quiser entrar só pra apreciar e fotografar o mercado, a entrada é totalmente gratuita.
Fechando as atrações da Calle Mayor, o primeiro grande eixo do nosso passeio a pé pela Madrid de Los Áustrias, é impossível não ter o olhar fisgado pela Plaza de la Villa, um dos conjuntos medievais mais pitorescos de Madrid, formado por três prédios históricos que se diferenciam não só nos estilos arquitetônicos, como na época em que foram construídos.
Construída em 1494, a Torre y Casa de Los Lujanes (esq.) é um dos prédios mais antigos da capital espanhola e um dos maiores expoentes do estilo gótico-mudéjar em Madrid, arquitetura típica na Espanha do Século XV. A Casa de Cisneros (centro) data do ano 1537 e é um excelente exemplo do estilo que ficou conhecido como “plateresco”, uma mistura arquitetônico única entre os estilos gótico, mudéjar e renascentista, que você só encontrará na Espanha.
Mesmo estando ligada à Casa de Cisneros através de um arco, a Casa de la Villa (dir.) tem seus traços marcado pela simetria e pelo estilo barroco, e desde a sua fundação em 1643 até o ano de 2008 foi a sede da Prefeitura de Madrid.
Em Madrid, os rastros materiais da remota época em que a península ibérica foi dominada pelos povos árabes são encontrados de forma bem menos intensa que na região da Andaluzia.
O maior legado é sem dúvida a influência na arquitetura com os estilos Mudéjar e Neomudéjar, mas ainda é possível encontrar algumas construções que sobrevivem à ação do tempo.
De frente para a porta da cripta da Catedral de la Almudena, do outro lado da rua, os restos da Muralha Árabe, a primeira erguida na cidade durante o governo do Emir Mohamed I (que hoje dá nome ao pequeno parque arqueológico), entre os anos 850 e 866.
No estacionamento que fica na parte subterrânea da Plaza de Oriente, o que sobrou da Atalaia Islâmica (torre de vigia) também pode ser visitado.
+ Arte Mudéjar e Neomudéjar: Herança Muçulmana em Madrid
Pompa e Circunstância: caminhada pelos arredores do Palácio Real
A segunda parte do nosso roteiro a pé pelo centro velho de Madrid tem como eixo principal a Calle Baillén, e vai desde a Catedral de la Almudena até o Templo de Debod, com uma parada mais que especial para visitar o Palácio Real de Madrid. As principais dicas aqui são:
- Como essa caminhada é a continuação da anterior, você pode combinar as duas em um passeio só;
- Deixe para percorrer esse trajeto na parte da tarde, já que só após as 16 horas a visitação ao Palácio Real é gratuita. Todas as atrações estão muito próximas, então visite-as na ordem em que lhe interessar, e retorne ao palácio com antecedência de no mínimo 30 minutos por conta das filas que se formam.
Junto com a Sagrada Família, que fica em Barcelona, o atual desenho da Catedral de la Almudena (Metrô: Ópera) é a prova de que a Espanha dá outro significado à expressão “obra de igreja”. Enquanto em Madrid a empreitada durou 110 anos para terminar, em Barcelona a obra começou em 1882 e a previsão mais confiável é de que a obra termine em 2026.
Mas enquanto em Barcelona a obra segue o projeto com os princípios arquitetônicos de Gaudí, devido às modificações que o projeto da catedral que foi consagrada pelo Papa João Paulo II em 1993 sofreu ao longo de mais de um século, a então hoje sede episcopal da Diocese de Madrid exibe estilos diferentes, tendo uma cripta românica, interior neogótico e a fachada neoclássica.
Construído pelo Rei Felipe V após o incêndio do antigo Alcázar no ano de 1734, o Palácio Real de Madrid (Metrô: Ópera) é bem pouco utilizado pela família real espanhola, que vive fora da capital, no Palácio de Zarzuela, e só aparecem em Madrid para a realização de cerimônias e eventos oficiais.
Assim, os mais de 3 mil cômodos ficam abertos à visitação durante a maior parte do ano, e além da imensa Sala do Trono, onde além dos acessórios reais você também poderá ver as esculturas de Velázquez que sobreviveram ao incêndio do Alcázar, através do pátio do palácio você acessará outras duas grandes atrações: a Real Armería, uma grande coleção de armaduras dos reis da dinastia Habsburgo, e a Real Farmácia, onde eram preparados os remédios para tratar as doenças dos membros da monarquia.
Cidadãos latino-americanos e residentes, tem entrada gratuita para a visita nos seguintes dias e horários:
- De outubro à março: das 16 às 18 horas;
- De abril à setembro: das 18 às 20 horas.
Para ter acesso à gratuidade é necessário comprovar a nacionalidade através da carteira de identidade, carteira de motorista ou passaporte. A gratuidade só é válida para a entrada na visita livre, e não dá direito a serviços extra como o auxílio de guias e o aluguel de audioguias.
O Palácio Real e a Catedral de la Almudena são unidos pela Plaza de la Armería, onde ocorre a cerimônia da troca da Guarda Real Espanhola, toda primeira quarta-feira do mês, exceto em Janeiro, Agosto e Setembro. O início do tradicional desfile se dá pontualmente às 12, mas chegue antes para ter uma boa visão, já que o evento atrai bastante público.
Entre a lateral do Palácio Real e o Teatro Real, é na charmosa e ornamentada Plaza de Oriente que se encontra a coleção das estátuas de 20 reis espanhóis esculpidas em calcário, tendo ao centro uma verdadeira relíquia: a estátua equestre de Felipe IV, toda em bronze e primeira da história equilibrada sobre as duas patas traseiras. O feito foi realizado com a colaboração de nada mais, nada menos que Galileu Galilei.
Nos fundos do Palácio Real e quase de frente para a Plaza de Oriente, os Jardins de Sabatini são uma parada elegante para um descanso depois de gastar a sola do tênis nas ruas da cidade e nos corredores do próprio palácio.
Criado em homenagem à Francisco Sabatini, o arquiteto do Palácio Real, o jardim neoclássico marcado pela precisão geométrica dos ornamentos foi erguido nas primeiras décadas do século passado, onde antes funcionavam os estábulos do palácio, que perderam utilidade com a invenção do automóvel.
Quase em frente aos Jardines de Sabatinni, a Plaza de España reserva um dos momentos mais bonitos da viagem para os viciados em leitura. Bem no meio da praça fica o Monumento a Miguel de Cervantes (Metrô: Plaza de España), onde o escritor é retratado em um trono, olhando de cima a cavalgada da lendária dupla que ganhou vida através das suas mãos: Don Quijote e Sancho Panza, como um pai cuidando eternamente de seus filhos.
Nas laterais da praça ainda há estátuas de outras duas personagens do livro: Aldonza Lorenzo e Dulcinea del Toboso, os dois amores de Don Quijote na trama. No parque que fica do outro lado da rua, nossa caminhada passa por uma atração que merece um capítulo à parte: o Templo de debod.
Templo de Debod: Do Nilo para o Manzanares
Quer saber quanto custa assistir o pôr-do-sol mais fotogênico de Madri? Exatamente nada! E de quebra tem como “cenário” uma das atrações mais conhecidas da capital espanhola, o Templo Egípcio de Debod (Metrô: Príncipe Pio e Plaza de España), com a belíssima Sierra de Guardarrama ao fundo.
Durante dois milênios, apenas faraós e sacerdotes puderam pisar o solo sagrado dos templos, já que os egípcios acreditavam que os deuses habitavam as construções que eram dedicadas à eles. Hoje, basta atravessar a rua que separa a Plaza de España e a entrada sul do Parque del Oeste para explorar os corredores e câmaras de pedra que nos remetem à antiga civilização egípcia e suas crenças.
O Templo de Debod é uma das raríssimas construções egípcias que podem ser vistas em sua totalidade fora do Egito, e foi desmontado peça por peça pelo governo egípcio, que o deu de presente para a Espanha nos anos 1960, em retribuição pela ajuda concedida para evitar que vários templos ficassem submersos durante a construção da Represa de Assuan, construída às margens do Rio Nilo.
Paseo del Arte: ponto de encontro entre a arte e o futebol
Uma das coisas que eu mais curti em Madrid foi descobrir que até pra quem está viajando com o orçamento mais apertado, não há dificuldade e nem desculpa para deixar de visitar o “Paseo del Arte” ou “Triângulo de Ouro da Arte”, nomes estes dados à famosa trinca formada pelos museus Thyssen-Bornemisza, Reina Sofia e o Museo del Prado, tanto pela disposição geográfica ao longo do Paseo del Prado, quanto pelo valor artístico concentrado em acervos repletos de obras-primas, com coleções que colocam Madrid entre as principais capitais culturais do mundo (Metrô: Banco de España e Atocha).
Guardadas as devidas proporções, o Museo del Prado é o “Louvre da Espanha”, e tem no enigmático quadro “As Meninas” do pintor Diego Velásquez sua atração maior, além de grandes obras de Goya, El Bosco, entre muitos outros.
A grande estrela do Reina Sofia é a Guernica, quadro no qual Pablo Picasso transmite as dores causadas pela Guerra Civil Espanhola. Grandes mestres como Joan Miró e Salvador Dalí completam um valioso acervo dedicado à arte moderna.
Desde que a poderosa família Thyssen-Bornemisza resolveu fazer uma parceria com o governo espanhol para expor sua vasta coleção privada, o público passou a ter acesso à pinturas que refletem os estilos artísticos predominantes na Europa nos últimos sete séculos, com um time de obras primas que inclui nomes como Caravaggio, Van Gogh, Renoir e Monet, etc.
Organizando bem o roteiro, você não paga pra entrar em nenhum dos três museus. Confira os horários com entrada gratuita:
- Thyssen-Bornemisza: dos três, é o único que aperta mais o horário gratuito, tendo a entrada livre apenas às segundas feiras das 12-16h.
- Museo del Prado: acesso liberado de segunda à sábado das 18-20h, e em domingos e feriados das 17-20h.
- Reina Sofia: as visitas são gratuitas de segunda à sábado (exceto terças, quando o museu fica fechado) – das 19-21hs, e aos domingos de 13:30-19h. Se você der a sorte de estar em Madri nos dias 18/Mai, 12/Out e 6/Dez, terá entrada gratuita durante todo o horário de funcionamento do museu (10-21h).
Só nessa brincadeira você economiza pelo menos €30 (valor referente ao Paseo del Arte Pass, ingresso que dá direito a uma entrada em cada um dos três museus com desconto de 20% sobre a soma das entradas avulsas).
Mas além de ser endereço das principais galerias de arte de Madrid, o Paseo del Prado também possui uma importante relação com os times de futebol da cidade e a Seleção Espanhola.
Se você der a sorte de estar na cidade exatamente em um dia em que o Real Madrid ou a Seleção Espanhola forem campeões de algum torneio, pode correr pra Fuente de Cibeles para comemorações que podem durar horas noite a dentro, sem deixar faltar a tradicional cantoria de provocação aos rivais, puxada ao vivo pelos craques merengues ou da fúria roja assim que chegam à cidade com o novo troféu.
Como o pessoal do Atlético de Madrid é “diferentão” e não se mistura, os trunfos dos colchoneros são comemorados na Fuente de Neptuno, que fica a 500 metros da Fuente de Cibeles e na mesma alameda.
Uma curiosidade interessante sobre a Fuente de Cibeles é que além de ser um dos principais cartões postais de Madrid, formando um espetáculo especial e colorido junto com as fontes de Apolo e Netuno durante a noite, é que cada uma das esquinas ao seu redor pertence à um bairro diferente.
A Madrid Verde
Se tem uma coisa em que é difícil vencer Madrid (Além do futebol, é claro!) é na quantidade de áreas verdes e parques urbanos, uma vez que a capital espanhola é muito bem servida nesse sentido, e entre uma andança e outra você sempre dá de cara com algum lugar perfeito pra descansar e relaxar daquela tradicional correria pra conhecer tudo no menor tempo possível.
A área de lazer mais antiga e tradicional de Madrid é o Parque del Retiro, que de tão perto do Museo del Prado não dá tempo nem de se cansar indo de um pro outro.
Inaugurado em 1630 durante o reinado do Rei Felipe IV, inicialmente servia apenas como o quintal da família real espanhola, quando esta se deslocava para o Palácio del Buen Retiro, que está de pé até os dias de hoje em frente à um dos portões do parque. (Metrô: Banco de España e Retiro).
Nós, meros mortais não portadores de sangue azul só tivemos acesso ao parque a partir do ano 1767, quando o então Rei Carlos III (nem conheço, mas já considero gente boníssima) transformou o parque em área pública de lazer pública, dando a todos o direito de desfrutar de um dos mais belos projetos paisagísticos do mundo e sem pagar nada por isso.
Dentro do Parque de Retiro estão alguns dos mais famosos cartões postais de Madrid, como o Palacio de Cristal (inspirado no Crystal Palace, que fica no Hyde Park, em Londres) e o Monumento a Alfonso XII de España, uma imensa escultura em homenagem ao antigo rei, que fica de para um lago artificial, onde é possível alugar barquinhos de madeira para remar pelo lago.
Outros pontos interessantes do parque são o Paseo de las Estatuas, o Palacio de Velázquez e o Jardim Francês, aonde fica o cipreste com mais de 400 anos que ostenta o título de árvore mais antiga de Madrid.
Saindo do parque pelo Portão da Independência, que fica bem próximo do lago, um outro cartão postal da cidade completa perfeitamente o passeio pelo parque, ainda que fora dele: A Puerta de Alcalá.
Seguindo o exemplo de diversas outras cidades da Europa, Madrid também construiu portões monumentais ao redor da cidade, e entre os anos de 1769 e 1778, os 5 arcos com aproximadamente 20 metros de altura foram erguidos também à mando do Rei Carlos III para saudar a sua chegada à capital.
Situado entre o Rio Manzanares e o Palácio Real, o Campo del Moro completa o complexo paisagístico ao redor da residência real junto com os Jardines de Sabatini e a Plaza de Oriente.
Apesar de ter recebido esse nome por ter sido o local onde funcionou o acampamento do exército árabe durante a guerra da reconquista, entre os anos de 1100 e 1200, o terreno só foi transformado em parque no final do século 19, por ordem da Rainha Maria Cristina.
Partindo do Palácio Real, você chega ao parque contornando a Catedral de la Almudena, descendo o zigue-zague da Calle Cuesta de La Vega, e virando à direita no Paseo de la Virgen del Puerto, onde fica a entrada. Pra quem vai direto, é só descer na estação Príncipe Pío do metrô e procurar a saída em direção à Puerta de San Vicente, monumento que fica em frente à entrada do parque.
Menos contemplativo e mais voltado para o lazer, o novíssimo e moderno Parque Madrid Rio devolveu as margens do Rio Manzanares à população madrilenha e aos visitantes da cidade. O parque fica bem próximo ao Estádio Vicente Calderón, antiga arena do Atlético de Madrid, e o principal acesso é a Calle Toledo (Metrô: Pirámides e Marqués de Vadillo).
+Madrid Rio: A rodovia que virou parque
+ 5 coisas que você não sabia sobre o Campo del Moro
O jardim tropical da Estacíon Atocha
Após a modernização da Estação Atocha para a operação dos trens de alta velocidade (AVE), o antigo edifício de passageiros foi transformado em um jardim tropical com mais de 260 tipos de espécies diferentes, trazidas da América, Ásia e da Austrália.
O antigo telhado de vidro e aspersores de água (no verão, não são só as plantas que aproveitam) provisionam a luz e a umidade necessária para a manutenção das plantas, funcionando com uma estufa gigante.
Um tanque com peixes e tartarugas fazem a alegria das crianças (e porque não de adultos também? =D ).
Os caminhos por dentro do jardim ficam abertos das 11 às 13 horas e das 18 às 20 horas. Entre os dois turnos, rola aquele fenômeno intrigante do sumiço dos espanhóis durante o horário de almoço. Mas fique tranquilo que depois da famosa “siesta” eles se rematerializam a voltam à terra lá pro fim da tarde.
Conheça o Mercado El Rastro, a feira de rua mais famosa de Madri
Minha última dica é uma das coisas que eu mais gosto de fazer ao viajar: visitar os mercados de rua da cidade. No El Rastro, um dos maiores mercados de pulgas da Europa, e que funciona religiosamente aos domingos e feriados há mais de 400 anos em Madri. De quinquilharias (digo, antiguidades!) a artesanatos, e até algumas coisas novas, reza a lenda em Madri que se você não encontrar algo que queira por lá, é porque isso nem existe mais.
O horário de funcionamento da feira é entre 9-15h e o epicentro da aglomeração é a Plaza de Cascorro, de onde a feira se espalha e toma conta das ruas ao redor, sendo a Calle de la Ribeira dos Curtidores o metro quadrado mais concorrido pelos visitantes. (Metrô: Tirso de Molina e La Latina).
Não há forma melhor de aproveitar a feira do que testando bastante as suas habilidades de negociação, para quem sabe trazer na mala uma lembrança original da sua viagem.
Depois, a melhor pedida é curtir uma taça de vinho ou cerveja, enquanto pratica o esporte predileto dos espanhóis: o “tapeo” nos bares da região, onde você também encontrará ótimas paellas por um preço justo.
Créditos imagem destacada: Tomás Fano (Flickr/ Creative Commons)
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