O Estádio Nacional Julio Martínez Prádanos é a casa da Seleção Chilena de Futebol e é lá, somente lá, que nosso simpático freguês manda seus jogos oficiais. É lá também que a temida Universidad de Chile, “La U” para os íntimos, realiza seus principais jogos.
Apesar de toda a importância que carrega, não há nenhum tipo de visita guiada, museu, ou qualquer coisa parecida no Estádio Nacional. O que é de se lamentar, já que é um estádio com uma importância histórica incalculável, e que já foi palco de uma disputa de final de Copa do Mundo, em 1962, quando o Brasil se sagrou campeão mundial pela segunda vez, ao vencer a Tchecoslováquia por 3×1.
Mas para um fanático por futebol igual à este que vos fala, só de estar no estádio e passar alguns momentos sentado em algum canto das arquibancadas ou da tribuna, e imaginar quanta história está guardada nas quatro linhas que cercam o gramado, ou tentar visualizar um ou outro gol histórico acontecendo ali, por si só já é mais que um privilégio.
E ali fiquei viajando um pouco no tempo, lembrando de algumas partidas históricas de clubes brasileiros pela Libertadores da América, Copa Mercosul e Copa Sul-Americana. A felicidade de estar ali só aumentava ao lembrar que ali a Seleção venceu uma copa de forma heróica e também o meu Vasco se sagrou o primeiro clube campeão sul-americano, ao vencer o River Plate em 1948.
Em dois momentos da história Chilena, o Estádio Nacional também participou de acontecimentos políticos. Em um dos períodos mais tristes dos governos locais, sob a ditadura de Augusto Pinochet, o estádio foi utilizado como campo não de esportes, mas de concentração de prisioneiros políticos, no ano de 1973.
A Seleção Chilena disputava naquele ano a repescagem para a copa de 74, disputada na Alemanha, contra a União Soviética (logo quem, né!).
Após um 0x0 daqueles pior que capítulo de sábado de novela das 6 (A transmissão do jogo para os Chilenos foi proibida pelo ditador, dado que as chances do Chile perder para o adversário comunista eram enormes, e isso seria uma espécie de propaganda negativa do regime frente ao povo.
Como se precisasse.) o Chile receberia, dois meses depois, a União Soviética para o jogo da volta em Santiago. Sabendo das atrocidades que ocorriam no Estádio Nacional, os responsáveis pela seleção soviética pediram à FIFA que, em forma de protesto, o jogo fosse realizado em outro estádio.
A FIFA enviou uma comissão para verificar as condições do Estádio Nacional, porém os militares esconderam os prisioneiros nas áreas fechadas do complexo esportivo e a partida foi autorizada. O soviéticos se negaram a jogar e a seleção Chilena protagonizou o seu episódio mais vergonhoso, ao confirmar a classificação batendo bola sozinha no estádio e fazendo um gol pra confirmar o W.O diante de sua torcida.
Mas foi lá também que, em 1990, os chilenos comemoraram o retorno à condição de estado democrático, quando o povo lotou as arquibancadas para a posse do primeiro presidente após a era Pinochet, Patricio Aylwin. Assim, a arena volta a ser um local de diversão, aonde a apaixonada torcida chilena se encontra com a “La Roja” de tempos em tempos.
QUANTO CUSTA? Para uma simples visita ao estádio você não paga nada. Basta “chegar chegando” em algum dia em que não haja nenhum jogo ou treinamento, e pedir à algum dos guardas que ficam nas entradas do estádio e eles deixam você entrar e passear no estádio numa boa. A única coisa que é terminantemente proibida é pisar no gramado. No mais, você pode curtir à vontade as dependências do estádio e tirar muitas fotos nas arquibancadas e no entorno do campo.
COMO CHEGAR? O estádio se localiza na Calle (Rua) Grecia, Nº 2001, na comuna de Ñuñoa. Para chegar lá o modo mais prático é pegar o metrô até a estação Ñuble. Da estação, você já verá o estádio, ao final da Calle Carlos Dittborn (Veja mapa abaixo), pela qual você leva uns 5 minutos de caminhada até a entrada lateral do estádio.
Na minha primeira visita à Santiago, aproveitei uma manhã inteira curtindo as atrações ligadas ao futebol local, combinando a visita ao Estádio Nacional do Chile com a ida ao Estádio Monumental de Santiago, casa do clube mais tradicional do Chile, o Colo Colo, onde além do estádio que é sensacional, você pode curtir o museu que guarda a história mais vitoriosa de um clube chileno. Contei tudo neste post.
O dois estádios ficam muito próximos e você não gasta mais que 5000 pesos chilenos de táxi para ir do Nacional para o Monumental. Caso queira ir de metrô, é só retornar à estação Ñuble e ir até a estação Pedrero (Também estão no mapa ), que fica a poucos metros do Monumental.
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