Punta Arenas: Caminhando entre os pinguins em Isla Magdalena

Conhecida no Chile como “La pinguinera”, Isla Magdalena é a colônia de pinguins mais famosa e visitada da Patagônia Chilena.

Lá pelas bandas de setembro, as aves chegam para cumprir o árduo dever da reprodução, e ficam lá até meados de abril para acompanhar os primeiros passos e braçadas dos filhotes, antes de partir para o norte. No pico do temporada, a ilha chega a abrigar cerca de 120.000 pinguins.

Foto: Luis Alejandro Bernal Romero – CC BY SA 2.0

Para chegar à Isla Magadalena, você deve ir até a cidade de Punta Arenas, capital da região de Magallanes e principal cidade da Patagônia Chilena, que recebe vôos de Santiago diariamente. De lá, duas empresas operam o trajeto de barco até a ilha, a Turismo Comapa e a Solo Expediciones.

A Turismo Comapa realiza o trajeto com ferries que partem do Terminal Três Puentes. Partindo do centro de Punta Arenas, você chega facilmente até o terminal pegando os colectivos (táxis compartilhados) 15 ou 20. Os passeios são realizados de Novembro até Março e as entradas custam 30000 pesos chilenos e podem ser adquiridas pelo site da Comapa.

Terminal Três Puentes – Foto: Arquivo Pessoal

Já a Solo Expediciones faz a travessia em barcos menores e mais rápidos, os botes zodiac. Antes de chegar à Isla Magadalena, os barcos passam em frente à Isla Marta, que abriga cerca de 1000 leões marinhos, além de aves como gaivotas austrais, cormorões e mandriões. Os barcos apenas circundam a Isla Marta, por razões de preservação destas espécies.

A Solo Expediciones realiza os passeios de outubro a abril e as entradas custam 40000 pesos, incluindo o traslado de Punta Arenas até o pier da empresa, e o retorno à cidade depois do passeio. A compra das entradas pode ser feitas através do site da Solo Expediciones.

Normalmente, a programação toda dura de 4 a 5 horas, dependendo da empresa, e você tem cerca de uma hora para percorrer os caminhos demarcados, visitar o farol e tirar muitas fotos com os pinguins da ilha que são muito simpáticos e fotogênicos. O restante do tempo é gasto com as navegações de ida e volta.

Foto: Ik T – CC BY SA 2.0

Na Patagônia, quem sempre dá as cartas é o vento. Muito provavelmente você já cansou de ler em diversos artigos o quanto o vento é forte na região, não importa se você está no lado Argentino ou no lado Chileno. E sabe porquê? Porque é verdade.

E para chegar até Isla Magdalena, você terá de contar com a sorte e a boa vontade do vento patagônico em soprar leve e suave, já que a ilha se encontra no meio do temido Estreito de Magalhães.

Não são raros os relatos de pessoas que tiveram o passeio cancelado em cima da hora por conta de o vento estar muito forte no estreito, o que torna a travessia perigosa e inviabiliza o desembarque no pequeno píer da ilha.

A oportunidade de uma contato ímpar com a natureza local, e também de navegar pelas águas do mítico Estreito de Magalhães, fez com que eu nem pensasse duas vezes para incluir a visita à Isla Magdalena no meu roteiro pela Patagônia.

Optei por fazer a travessia com a Comapa, me dirigi até o Terminal Três Puentes, e até então, tudo OK. Mas…ventos de 120 km/h em pontos que ficam no caminho da embarcação pelo estreito fizeram com que o passeio fosse cancelado faltando apenas 20 minutos para a saída do ferry em Três Puentes. :/

O vento me deixou, literalmente, a ver navios em Três Puentes – Foto: Arquivo Pessoal

E eu fiquei sem ver os pinguins magalhânicos? Nunca ficaria! E já havia um plano B guardado na manga, caso isso acontecesse 

Do Terminal mesmo, eu e o pessoal do albergue, paramos um colectivo na rua e combinamos um preço fechado (50000 pesos chilenos) para que o motorista nos levasse até Seno Otway, que é a outra pinguinera de Punta Arenas e fica na parte continental da cidade.

Admito que não é a mesma coisa que a Isla Magdalena, mas passa longe de ser um prêmio de consolação, pois o lugar também é lindo. As diferenças marcantes são o número de pinguins, que é bem menor, e também o fato de você não passear de barco pelo Estreito de Magalhães, que era uma das coisas que eu mais esperava fazer e não consegui.

E o que eu faria de diferente caso volte em Punta Arenas e tente ir até Isla Magdalena? A primeira seria passar uns 2 dias em Punta Arenas, para ter uma chance a mais caso o vento soprasse forte de novo e também para conhecer a cidade com mais calma, já que só parei lá por um dia para descansar da longa viagem de avião, antes de seguir para Torres del Paine.

A segunda seria acompanhar as previsões do vento pelo site windguru, que traz a velocidade das rajadas esperadas de acordo com a data e o período do dia.

Família de Pinguins Magalhânicos – Foto: Luis Alejandro Bernal Romero – CC BY SA 2.0

Para finalizar, a inspiração pra tentar fazer esse tour, veio do blog da Amandina Morbeck, o Viajando com Aman.

As fotos e o relato dela são igualmente fantásticos e é um ótimo combustível pra você se animar pra programar a sua visita à Isla Magdalena.

Toda vez que você utiliza os serviços dos nossos parceiros através dos links disponibilizados aqui no site, nós ganhamos uma comissão por ter colocado você em contato com eles. Isso não gera nenhum custo adicional no preço final do serviço e de quebra você ajuda o blog a crescer e se manter.

Créditos Imagem Destacada: Andrea Schaffer – Licensa: CC BY SA 2.o