Conhecida no Chile como “La pinguinera”, Isla Magdalena é a colônia de pinguins mais famosa e visitada da Patagônia Chilena.
Lá pelas bandas de setembro, as aves chegam para cumprir o árduo dever da reprodução, e ficam lá até meados de abril para acompanhar os primeiros passos e braçadas dos filhotes, antes de partir para o norte. No pico do temporada, a ilha chega a abrigar cerca de 120.000 pinguins.
Para chegar à Isla Magadalena, você deve ir até a cidade de Punta Arenas, capital da região de Magallanes e principal cidade da Patagônia Chilena, que recebe vôos de Santiago diariamente. De lá, duas empresas operam o trajeto de barco até a ilha, a Turismo Comapa e a Solo Expediciones.
A Turismo Comapa realiza o trajeto com ferries que partem do Terminal Três Puentes. Partindo do centro de Punta Arenas, você chega facilmente até o terminal pegando os colectivos (táxis compartilhados) 15 ou 20. Os passeios são realizados de Novembro até Março e as entradas custam 30000 pesos chilenos e podem ser adquiridas pelo site da Comapa.
Já a Solo Expediciones faz a travessia em barcos menores e mais rápidos, os botes zodiac. Antes de chegar à Isla Magadalena, os barcos passam em frente à Isla Marta, que abriga cerca de 1000 leões marinhos, além de aves como gaivotas austrais, cormorões e mandriões. Os barcos apenas circundam a Isla Marta, por razões de preservação destas espécies.
A Solo Expediciones realiza os passeios de outubro a abril e as entradas custam 40000 pesos, incluindo o traslado de Punta Arenas até o pier da empresa, e o retorno à cidade depois do passeio. A compra das entradas pode ser feitas através do site da Solo Expediciones.
Normalmente, a programação toda dura de 4 a 5 horas, dependendo da empresa, e você tem cerca de uma hora para percorrer os caminhos demarcados, visitar o farol e tirar muitas fotos com os pinguins da ilha que são muito simpáticos e fotogênicos. O restante do tempo é gasto com as navegações de ida e volta.
Na Patagônia, quem sempre dá as cartas é o vento. Muito provavelmente você já cansou de ler em diversos artigos o quanto o vento é forte na região, não importa se você está no lado Argentino ou no lado Chileno. E sabe porquê? Porque é verdade.
E para chegar até Isla Magdalena, você terá de contar com a sorte e a boa vontade do vento patagônico em soprar leve e suave, já que a ilha se encontra no meio do temido Estreito de Magalhães.
Não são raros os relatos de pessoas que tiveram o passeio cancelado em cima da hora por conta de o vento estar muito forte no estreito, o que torna a travessia perigosa e inviabiliza o desembarque no pequeno píer da ilha.
A oportunidade de uma contato ímpar com a natureza local, e também de navegar pelas águas do mítico Estreito de Magalhães, fez com que eu nem pensasse duas vezes para incluir a visita à Isla Magdalena no meu roteiro pela Patagônia.
Optei por fazer a travessia com a Comapa, me dirigi até o Terminal Três Puentes, e até então, tudo OK. Mas…ventos de 120 km/h em pontos que ficam no caminho da embarcação pelo estreito fizeram com que o passeio fosse cancelado faltando apenas 20 minutos para a saída do ferry em Três Puentes. :/
E eu fiquei sem ver os pinguins magalhânicos? Nunca ficaria! E já havia um plano B guardado na manga, caso isso acontecesse
Do Terminal mesmo, eu e o pessoal do albergue, paramos um colectivo na rua e combinamos um preço fechado (50000 pesos chilenos) para que o motorista nos levasse até Seno Otway, que é a outra pinguinera de Punta Arenas e fica na parte continental da cidade.
Admito que não é a mesma coisa que a Isla Magdalena, mas passa longe de ser um prêmio de consolação, pois o lugar também é lindo. As diferenças marcantes são o número de pinguins, que é bem menor, e também o fato de você não passear de barco pelo Estreito de Magalhães, que era uma das coisas que eu mais esperava fazer e não consegui.
E o que eu faria de diferente caso volte em Punta Arenas e tente ir até Isla Magdalena? A primeira seria passar uns 2 dias em Punta Arenas, para ter uma chance a mais caso o vento soprasse forte de novo e também para conhecer a cidade com mais calma, já que só parei lá por um dia para descansar da longa viagem de avião, antes de seguir para Torres del Paine.
A segunda seria acompanhar as previsões do vento pelo site windguru, que traz a velocidade das rajadas esperadas de acordo com a data e o período do dia.
Para finalizar, a inspiração pra tentar fazer esse tour, veio do blog da Amandina Morbeck, o Viajando com Aman.
As fotos e o relato dela são igualmente fantásticos e é um ótimo combustível pra você se animar pra programar a sua visita à Isla Magdalena.
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Créditos Imagem Destacada: Andrea Schaffer – Licensa: CC BY SA 2.o