Algo que dificilmente passará despercebido quando você estiver na capital Santiago ou em outras cidades turísticas do Chile, como Valparaíso e Viña del Mar, é a enorme quantidade de cães abandonados pelas ruas e parques destas cidades.
E o que mais impressiona é que, em geral, são cães que aparentam ser de raça (e muitos realmente são), grandalhões, muito bonitos e com aparência saudável. Bem diferente dos cães de rua brasileiros.
Pra falar a verdade, parecem ser mais bonitos e cuidados do que muitos cães domésticos que eu conheço!
Entre números super diferentes a cada fonte pesquisada, são pelo menos 500.000 cães de rua só em Santiago. E a cada cachorro legal, posudo e brincalhão que passa, é praticamente impossível não se perguntar o porquê de tantos cães legais, posudos e brincalhões simplesmente abandonados.
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Conversando com uma amiga que passou um tempo morando no Chile, eis que veio a explicação: é comum que muitas famílias chilenas não tratem os animais como parte da família, e assim que eles crescem e começam a dar mais trabalho e despesas, são largados na rua como se fossem um sofá que não serve mais.
O mesmo costuma ocorrer quando a família muda de uma cidade para outra. Daí você junta abandono, ausência de um programa de esterilização e também de leis que punam o abandono de animais, e o único resultado que pode existir é a explosão da população de animais nas ruas.
Mas como nem tudo no mundo se resume à parte ruim, esses nobres caninos acabam se tornando muito queridos nas ruas chilenas e em geral, a convivência entre os cidadãos e os cães é ótima.
Em muitos casos, as pessoas acabam desenvolvendo uma amizade com um ou outro cão próximo à casa, trabalho, escola, etc. e acaba rolando de levar pra passear, brincar e dar carinho pra eles. É muito comum ver as pessoas tentando ajudar ao colocar caminhas, potes de ração e de água espalhados pelas ruas.
Como o Chile costuma registrar umas temperaturas muito baixas durante o ano, em muitos lugares as pessoas colocam umas casinhas nas calçadas, nas praças e nos parques pra cachorrada se proteger da friaca.
A relação dos “perritos” com os turistas é muito boa também. Não é nada incomum ser seguido por um ou mais deles, enquanto você passa pelas calçadas do Centro, do Palácio La Moneda e arredores. Durante o Free Walk Tour, vários deles vinham brincar com o grupo.
A Mariana do Blog Finestrino conta uma história bem engraçada dela andando com um guia turístico inusitado pelas calles de Santiago.
Entre uma e outra pesquisa que eu fiz sobre o assunto, acabei descobrindo uma iniciativa daquelas de aplaudir de pé. Os estudantes Violeta Caro Pinda e Felipe Carrasco Guzman, amarraram balões contendo mensagens como “me abrace”, “brinque comigo” e “não me deixe” nos cães de rua, com o intuito de fazer com que eles sejam percebidos pelas pessoas.
Aviso: ao apertar o play, você corre o sério risco de “cair um cisco no seu olho” ou de ter que perguntar se “tem alguém cortando cebola aí?“…rs! :p
Vai um lenço aí?
Os cães de lá são muito mansos e como eu já disse, são muito brincalhões e adoram turistas. Ou seja, pode interagir com eles à vontade! Com certeza, eles serão uma das suas melhores lembranças do Chile! =D