Dentre todas as opções de pontos turísticos e coisas para fazer em Santiago, uma opção que não pode faltar no seu roteiro é separar pelo menos a metade de um dia para conhecer uma das famosas vinícolas da região. E se você só tiver tempo de conhecer uma, que seja a Concha y Toro.
Fundada em 1883 por Don Melchor de Concha y Toro, a vinícola que recebe o nome do seu fundador está situada na região do Valle del Maipo, mais precisamente em Pirque, que fica nos arredores de Santiago.
Maior produtora de vinhos do Chile e segunda maior do mundo, a Concha y Toro é a responsável pela fabricação de diversos rótulos conhecidos, com merecido destaque para os ícones Marques de Casa y Concha, Don Melchor, Almaviva e do lendário Casillero del Diablo.
Atualmente, é controlada pelas famílias Guilisasti e Larrain e exporta seus vinhos para mais de 100 países ao redor do planeta.
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O passeio todo dura meio-dia e três tipos de tour são oferecidos: o Tradicional (Duração: 1 hora/Custo: 8000 CLP), Tour Marques de Casa y Concha (Duração: 1 hora e 30 min./ Custo 17000 CLP). Os dois dão direito à:
- Caminhada pela vinícola e pelo parque;
- Visita guiada às adegas, incluindo a lendária adega subterrânea que abriga as barricas do Casillero del Diablo;
- Vinhedo Pirque Viejo e Jardim com Variedades de Uvas;
- Duas degustações de vinhos premium;
- Taça de vinho gravada de presente.
O Tour Marques de Casa y Concha conta também com mais 4 degustações de vinhos premium guiadas por um sommelier e tábua de queijos finos, que também fica como presente para o visitante.
O terceiro tipo de tour é o “Experiência Don Melchor” (Duração 2 horas e 30 min./ Custo: $67000 CLP) que inclui todas as atrações do tour tradicional, recepção com espumante no Wine Bar, visita ao interior da Casona e degustação de diferentes safras de Don Melchor acompanhado de pratos finos.
Para o tour tradicional e o Marques de Casa y Concha, é necessário fazer o agendamento com 24 horas de antecedência pelo próprio site da empresa. Já o Experiência Don Melchor só é realizado se agendado por telefone com no mínimo 7 dias de antecedência.
Como chegar?
É muito tranquilo chegar na Concha y Toro por conta própria, utilizando apenas o transporte público. Quando eu fui, combinei metrô e táxi e foi tudo rápido e barato. Para fazer o mesmo, basta seguir estes simples passos:
- Pegue o metrô ($ 650 CLP) da Linha Azul até a estação Puente Alto;
- Logo na saída do metrô pegue um táxi que deve custar uns $2000 CLP no máximo até a vinícola, que já está bem perto;
- Deste ponto também é possível pegar um ônibus (Metrobus de linhas N73, 80 ou 81/ Tarifa: $500 CLP) que te deixa na porta (é necessário pedir ao motorista para te deixar na porta).
PARA IR DE CARRO: Mirar o GPS para a Avenida Virginia Subercaseaux, 210 – Pirque – Santiago.
TRANSFER: Agências de turismo locais como a Turistik e a Turistour fazem a venda de pacotes que incluem o transfer de Santiago até a vinícola, e as entradas para o Tour tradicional, e o preço gira em torno de $26000 CLP (algo em torno de R$ 110). Estas empresas possuem diversos postos de vendas em Aeroportos, Shoppings, Rodoviárias e em alguns lugares no Centro de Santiago.
Ou seja, considerando que eu fiz o tour Marques e fui de metrô e ônibus, paguei menos de 20000 CLP e fiz um passeio mais completo e mais barato que o das empresas de turismo. E de quebra, o metrô tem vista pros Andes…hehe!
Tour Tradicional
Tudo na Concha y Toro faz do passeio uma experiência especial. O local em si, a história, a oportunidade de aprender mais sobre os vinhos com as explicações sobre as uvas e com as degustações guiadas, fazem deste um dos passeios mais imperdíveis para quem está em Santiago. O único ponto negativo é que em nenhum tour a área de produção é visitada e é justamente isso que divide muito as opiniões dos visitantes, principalmente os mais interessados em conhecer a parte mais técnica da produção.
Por tudo que a Concha y Toro representa, recomendo fortemente que você vá, nem que seja para ter um ponto de comparação em relação às outras. Afinal, se ela é a maior vinícola do Chile e a segunda maior do mundo, não é por acaso. Mas, se você quiser aprender como é o processo de fabricação, existem outras vinícolas próximas ao centro de Santiago que você pode visitar para ampliar a sua experiência.
A primeira atração é a Casona da Família Concha Y Toro. Construída em 1875 por Don Melchor para viver junto à sua esposa, Emiliana Subercaseaux, a mansão de veraneio se destaca pelo estilo Chileno rural com toques de arquitetura francesa e está rodeada por 23 hectares de parques e jardins.
Logo depois, o guia levou o grupo para os vinhedos da propriedade. Como podem ver, a plantação é bem extensa, e para que não seja necessário andar tudo isso para conhecer todas as cepas de uvas plantadas, eles deixam muito espertamente um mostruário das 26 espécies plantadas nas “Viñas de Pirque” na entrada do parreiral.
O guia dá toda uma explicação sobre como é feita o cultivo das diferentes cepas de uvas e sobre os fatores naturais – a barreira formada pela Cordilheira dos Andes, o Deserto do Atacama, o frio da Patagônia e o Oceano Pacífico – que dificultam a entrada por vias naturais de pragas no país e assim, auxiliam a produção agrícola local, sendo uma baita de uma proteção extra.
Uma curiosidade interessante que ele também explicou é que Carmenére e Merlot são uvas de origem francesa que foram trazidas para o Chile no século XIX. Pouco tempo depois, uma praga arrasou essas espécies na Europa e só a Merlot foi recuperada.
Por mais de um século, achou-se que a Carmenére havia sido extinta, até que os produtores chilenos notaram que muitos cachos de Merlot “demoravam demais para amadurecer”.
O fato foi estudado e em meados de 1990 foi descoberto que, na verdade, havia um outro tipo de uva crescendo junto com a Merlot. E era justamente a Carmenére. As espécies voltaram a ser cultivadas separadamente, e a Carmenére se tornou um ícone da produção de vinhos chilenos.
Após toda essa explicação, prosseguimos para a primeira degustação. O guia preparou as taças com um vinho branco da Linha Trio, do tipo Sauvignon Blanc, e antes de servir explicou algumas coisas sobre cor, sabor, aroma e textura do vinho.
Apesar de não ser um vinho de primeira linha da casa, a escolha foi ótima, pois é um vinho bem refrescante e combinou com o dia quente que fazia.
Após a degustação, o guia leva os visitantes para conhecer as bodegas climatizadas nas quais os vinhos são armazenados nos barris de carvalho sob condições de temperatura e umidade controladas. Nessa parte, o passeio fica bem frio! rs!
Mais adiante, chegamos a um dos pontos altos do tour: A bodega subterrânea que guarda a lenda: O Casillero del Diablo! O local, que fica 4 metros abaixo do chão, também é muito frio, escuro e úmido, o que ajuda a criar um clima de mistério.
Uma curiosidade sobre a sua construção é que a massa que liga os tijolos das paredes é feita de cal, areia e ovos. Segundo o guia, essa mistura ajuda a criar naturalmente as condições ideais para armazenar as barricas no local.
A luzes se apagam e a lenda começa a ser desvendada através de um filme projetado nas paredes.
Não vou contar a história para não estragar a surpresa. Mas, caso a curiosidade seja grande demais, o vídeo abaixo contém uma animação feita pela Concha y Toro que resume a lenda do Casillero.
E depois dessa produção toda, só nos restou desfrutar de uma dose generosa do Casillero. O guia novamente nos serviu, trazendo à mesa um Carmenére da linha, nos dando toda a explicação sobre os tons do vinho contra luz e todas as outras características do vinho.
Neste ponto todos ganham a taça de brinde e se encerra o tour tradicional.
Tour Marques de Casa y Concha
Para ter uma experiência mais completa, vale muito a pena participar do Tour Marques de Casa y Concha. Após o tour tradicional, os visitantes que fizeram essa opção seguem para outra sala, onde é realizado um pequeno workshop sobre harmonização de vinhos com queijos e pães.
Vinhos da linha premium Marques de Casa y Concha são postos à mesa (Sauvignon Blanc, Merlot, Carmenére e Cabernet Sauvignon) acompanhados de uma tábua de queijos e torradas.
A degustação é guiada por um sommelier que passa orientações sobre harmonização combinando os vinhos com os itens da mesa e dando também dicas para ocasiões que envolvam outros pratos, como carnes e massas.
O que eu achei mais legal nessa parte foi que o sommelier deu explicações de uma forma muito fácil para que todos pudessem aprender, entender e aproveitar o momento da degustação. Ao final do workshop, as tábuas também são entregues como brinde.
A degustação guiada dá um significado muito grande à visita, pois é a parte em que mais se aprende sobre vinhos na visita à Concha y Toro.
Ao final do passeio, pode-se ainda desfrutar de bons momentos gastronômicos no Wine Bar, aonde há uma boa carta de vinhos premium da casa, que podem ser combinados com queijos, petiscos finos e pratos da culinária chilena. Um sommelier fica à disposição para ajudar na harmonização.
Como é de costume neste tipo de passeio, bem na saída fica a loja de produtos Concha y Toro. Afinal, esse comercial todo durante o tour tem motivo sim .
Dentro da loja você pode encontrar diversas linhas de vinhos da casa, souvenirs e até produtos do Manchester United, que é patrocinado pela Concha y Toro, em uma ação voltada para a linha Casillero del Diablo.
Os preços praticados pelo Wine Shop saem largamente mais em conta do que no Brasil (cerca de 1/3), e é mais ou menos o mesmo que o cobrado nos supermercados chilenos. Ou seja, vale muito a pena!
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