Uma Esquina

O que fazer em Valparaíso (Chile): explore a joia do pacífico em um dia

Valparaíso (ou “Valpo”, para os íntimos) é uma cidade daquelas que é impossível ficar indiferente ao passar. Um daqueles casos em que ou você vai adorar, ou vai querer sair correndo o mais rápido possível de lá.

Saí de Viña del Mar e em uns 1o minutos de ônibus já estava em Valparaíso. E apesar da proximidade, o contraste entre as duas é inegável. Enquanto Viña é um balneário com praias e ruas lindas, com jardins e flores espalhados por todos os lados, e tudo funcionando muito bem, obrigado, Valpo é uma cidade portuária, um tanto medonha e desajeitada à primeira vista.

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Foto: Javier Rubilar (Flickr) – CC BY SA 2.0

Mas bastou sair dessa parte plana mais feia e adentrar os cerros para começar a conhecer a verdadeira Valparaíso. Além de um visual incrível do Oceano Pacífico, é subindo os cerros que você entra em contato com a história, as movimentações artísticas e com a vida boêmia, que são características muito fortes de Valpo.

Para a subida dos principais cerros, o meio de transporte são os ascensores. Uma espécie de elevador que se movimenta sobre um plano inclinado. Também há o transporte por meio de “colectivos”, que são táxis com trajeto e preço fixos, em que você divide o carro com outros passageiros. Os ascensores são mais divertidos =)

Foto: Javier Rubilar (Flickr) – CC BY SA 2.0

Mais movimentados e procurados por quem busca se hospedar em Valparaíso, o Cerro Alegre e o Cerro Concepción tem o visual típico com a arquitetura marcada por casas de zinco coloridas, dando uma beleza rústica para o local que é repleto de ótimos bares, cafés e restaurantes.

Foto: Beatrice Murch (Flickr) – CC BY SA 2.0

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Dica fortíssima do Diego do blog Meus Roteiros de Viagem, o Museo Naval y Marítimo (Ingressos: 1000 pesos chilenos (Adultos) ou 300 pesos (Crianças, estudantes e idosos)) fica no alto do Cerro Artilleria e a entrada é bem ao lado da feirinha do Paseo 21 de Mayo.

Eu sou fã de museus militares e esse é um daqueles feitos especialmente para você viajar na imaginação.

De artefatos de guerra do povo “Rapa Nui” (nativos ancestrais da Ilha de Páscoa), passando pelos grandes heróis militares Chilenos, até peças que remontam tempos mais recentes, você terá a oportunidade de se conectar com a história do Chile por algumas horas.

Uma das atrações mais legais é a Cápsula Fênix, que foi utilizada para o resgate dos mineiros que sobreviveram ao acidente na cidade de San José em 2010.

Vale muito a parada na feirinha de artesanato local do Paseo 21 de Mayo. Apesar de ser uma feira voltada para turistas, os preços dos produtos são bem em conta e é um bom lugar para comprar as famosas jóias feitas com Lápis Lazuli (pedra só encontrada no Chile).

A vista para o oceano pacífico é uma boa pedida para ótimas fotos. Desse ponto é possível avistar toda a costa de Valparaíso e de Viña del Mar.

De lá, fui correndo para La Sebastiana (Calle Ferrari, 692 – Ingressos: 5000 pesos chilenos (adultos) ou 1500 pesos (crianças, estudantes e idosos), uma das 3 casas em que viveu o poeta chileno Pablo Neruda.

Como fica muito próxima do Cerro Artillería, vale a pena ir de táxi, já que o transporte em Valparaíso é um tanto confuso.

De outra forma, você tem que pegar qualquer microônibus que te deixe no início da Calle (Rua) Equador. Ali você desce e pega um “colectivo“. É só perguntar qual é a fila dos colectivos que sobem para La Sebastiana e aguardar a vez.

A visita à casa-museu é bastante agradável e você tem a liberdade de percorrer os 5 andares no seu passo, sem se preocupar com o tempo. Para isso, cada visitante recebe um áudio-guia que pode ser utilizado em 3 idiomas: espanhol, inglês e português.

Conheço pouco sobre poesia, menos ainda sobre Neruda. Mas, mergulhar um pouco no ambiente que refletia uma mente notadamente criativa foi uma experiência muito boa.

A casa em si demonstra uma efervescência mental de outro mundo. 5 andares que pouco combinam entre si, objetos carregados de significado e uma vista absurdamente linda para o Pacífico das janelas.

Na saída, não deixe de ir na pracinha que fica logo em frente ao museu. Além do Neruda, estátuas de outros artistas Chilenos estão sentadas nos bancos.

Já na parte plana da cidade, o fim de tarde era a pedida para um bom café. Próximo ao fim da descida, eu encontrei o que depois saberia ser um dos melhores cafés de Valparaíso, chamado “Puro Café” (Edwards 301, Valparaíso).

O ambiente é bem aconchegante e parece um cenário de filme antigo, tipo uma cafeteria de filmes dos anos 60 ou mais.

O cardápio da casa possui, além e uma variedade boa de tipos de café, vários sanduíches (pra deixar o seu sanduíche mais chileno, recomendo muito que você prove algum que tenha palta, uma pasta feito com um abacate típico da região), doces e alguns pratos leves. O expresso e o cappuccino são de primeira.

Puro Café – Valparaíso

Minha primeira passagem por Valparaíso foi muito corrida e acabou não sobrando muito tempo para que eu conhecesse outras atrações da cidade como a Plaza Sotomayor, onde fica o Monumento a Los Heroes de Iquique, o Muelle Barón e pudesse passar mais tempo curtindo a vida pelos cerros ou fazendo um passeio de barco nas águas do Pacífico.

Dediquei um dia à Viña del Mar e outro à Valparaíso e ainda assim achei muito pouco.

E tenho certeza de que um dia eu tenho que voltar à região para curtir mais o modo de viver das duas, ao invés de ficar apenas fazendo aquela maratona de pontos turísticos, que piora drasticamente as coisas se você opta por fazer apenas um bate-volta vindo de Santiago e encaixando as duas num dia só.

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Créditos da imagem destacada: Hector García (Flickr) – Licensa: CC BY SA 2.0

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